O que são Ações?

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As ações são uma forma de investimento que permite que você seja dono de uma parte de uma empresa. Quando você compra uma ação, está adquirindo uma pequena fração de uma companhia de capital aberto, ou seja, que oferece suas cotas ao público.

O que são ações e como funcionam?

As ações representam “pedaços” de propriedade de uma empresa. Quando uma empresa quer arrecadar dinheiro para expandir seus negócios ou pagar dívidas, ela pode optar por vender cotas através de uma Oferta Pública Inicial (IPO). Nesse processo, qualquer pessoa pode comprar essas cotas. Depois do IPO, as ações são negociadas no mercado, onde o preço é determinado pela oferta e demanda. Isso significa que, se muitas pessoas quiserem comprar uma ação, o preço sobe; se muitas quiserem vender, o preço cai.

O valor das ações costuma refletir o desempenho da empresa. Se os investidores acharem que a companhia vai crescer e ter lucros, eles compram mais cotas, e o preço sobe. Por outro lado, se houver uma percepção de que a empresa está em dificuldades, o preço pode cair.

Como se ganha dinheiro com ações?

Valorização (ganho de capital)

A valorização, ou ganho de capital, acontece quando você compra uma ação por um determinado preço e, posteriormente, a vende por um valor mais alto. O lucro é a diferença entre o valor de compra e o valor de venda. Essa é uma das formas mais diretas de obter retorno com cotas.

Por exemplo, imagine que você compre uma ação por R$ 50. Se a empresa crescer e atrair mais investidores, o preço pode subir para R$ 70. Caso você decida vendê-la nesse momento, terá um ganho de capital de R$ 20 por ação.

O ganho de capital é influenciado por vários fatores, como o desempenho financeiro da empresa, a percepção dos investidores sobre o futuro da companhia, e até eventos econômicos globais. No entanto, é importante lembrar que a valorização também pode ocorrer por questões temporárias de mercado, e o preço pode cair, levando a uma perda de capital se a venda for feita a um valor inferior ao de compra.

Investidores que buscam lucro com a valorização geralmente estão interessados no crescimento de longo prazo, ou seja, compram cotas de empresas com potencial de crescimento, esperando que elas aumentem de valor ao longo do tempo.

Dividendos

Os dividendos são uma forma de os investidores obterem retorno sem precisar vender suas cotas. São pagamentos periódicos que as empresas fazem aos seus acionistas, distribuindo parte dos lucros gerados. Esse é um incentivo para que os acionistas mantenham suas ações, especialmente em empresas que não estão em fase de crescimento acelerado.

Há dois tipos principais de dividendos: dividendos ordinários, que são pagos regularmente, geralmente a cada trimestre, e dividendos extraordinários, que podem ser pagos em situações especiais, como após um ano de lucros recordes ou a venda de uma parte significativa da empresa.

Os dividendos são uma ótima maneira de gerar uma renda passiva e podem ser uma estratégia atraente para investidores que buscam estabilidade e uma fonte de rendimento contínua.

Derivativos

Os derivativos são instrumentos financeiros mais complexos e arriscados. Eles derivam seu valor de um ativo subjacente, que pode ser uma ação, um título, uma moeda, ou até mesmo commodities. No contexto das ações, os derivativos mais comuns são as opções de compra e venda.

  1. Opção de compra (call): Dá ao investidor o direito, mas não a obrigação, de comprar uma ação a um preço específico (o “preço de exercício”) em uma data futura. O objetivo aqui é comprar a ação por um preço mais baixo do que o valor de mercado no futuro, obtendo lucro com a diferença. Por exemplo, se você tem uma opção de compra de uma ação por R$ 50, e o valor dessa ação no mercado sobe para R$ 70, você pode exercer a opção e lucrar com a venda imediata por R$ 70.
  2. Opção de venda (put): Dá ao investidor o direito de vender uma ação a um preço determinado em uma data futura. Isso é vantajoso se o preço da ação cair, permitindo que o investidor venda a ação a um valor mais alto do que o de mercado. Por exemplo, se você tem uma opção de venda de uma ação por R$ 60, mas o preço de mercado cai para R$ 40, você pode lucrar ao vender essa ação por R$ 60, mesmo que o valor no mercado seja inferior.

Derivativos podem ser ferramentas úteis para proteger um portfólio contra perdas (hedge) ou para especular sobre a direção dos preços das ações. Contudo, por serem mais voláteis e complexos, eles envolvem riscos maiores e exigem um conhecimento profundo do mercado. Por isso, não são recomendados para investidores iniciantes.

Tipos de ações

Ações Ordinárias

As ações ordinárias são o tipo mais comum e oferecem ao acionista direitos de propriedade e participação nas decisões importantes da empresa. Quem detém cotas ordinárias tem direito a voto em assembleias, onde são discutidas questões como eleição do conselho de administração, fusões ou aquisições e outras decisões estratégicas. Isso dá ao acionista a oportunidade de influenciar os rumos da empresa, ainda que sua participação seja proporcional ao número de cotas que possui.

No entanto, há uma desvantagem: se a empresa passar por dificuldades financeiras e falir, os acionistas ordinários são os últimos na fila para receber qualquer pagamento após a liquidação dos ativos. Credores, funcionários e acionistas preferenciais têm prioridade, e muitas vezes não sobra nada para os detentores de ações ordinárias. Isso faz com que as ações ordinárias sejam consideradas mais arriscadas, mas, por outro lado, elas oferecem maior potencial de ganho em períodos de crescimento da empresa, já que não têm um limite fixo de retorno.

Ações Preferenciais

As Ações preferenciais não dão ao investidor o direito de voto, mas oferecem uma maior previsibilidade em relação aos retornos. Os acionistas preferenciais geralmente recebem dividendos fixos e regulares, independentemente do desempenho financeiro da empresa. Além disso, no caso de falência ou liquidação da empresa, os detentores de cotas preferenciais têm prioridade para receber seu pagamento antes dos acionistas ordinários.

Uma característica adicional é que, em algumas situações, as ações preferenciais podem ser convertidas em ações ordinárias, de acordo com regras pré-estabelecidas pela empresa. Isso pode ser interessante se a empresa começar a crescer e o investidor desejar ter uma participação mais ativa na governança corporativa.

Classificação por setor

As ações podem ser classificadas conforme o setor em que a empresa opera. Alguns exemplos de setores são:

  • Tecnologia: Empresas que produzem software e hardware.
  • Serviços públicos: Empresas de eletricidade, água e gás.
  • Saúde: Empresas farmacêuticas e hospitais.
  • Financeiro: Bancos, seguradoras e outras instituições financeiras.

Cotas de crescimento, valor e blue-chip

As cotas de crescimento pertencem a empresas que estão expandindo rapidamente e têm grandes expectativas de aumentar seus lucros no futuro. Essas empresas, geralmente em setores como tecnologia e biotecnologia, reinvestem seus lucros no próprio negócio em vez de pagar dividendos. Isso significa que os acionistas de empresas de crescimento ganham dinheiro principalmente com a valorização, que pode aumentar significativamente conforme a empresa se expande.

As ações de crescimento pertencem a empresas que estão expandindo rapidamente e têm grandes expectativas de aumentar seus lucros no futuro. Essas empresas, geralmente em setores como tecnologia e biotecnologia, reinvestem seus lucros no próprio negócio em vez de pagar dividendos. Isso significa que os acionistas de empresas de crescimento ganham dinheiro principalmente com a valorização das ações, que podem aumentar significativamente conforme a empresa se expande.

Contudo, essas ações são mais arriscadas, pois o sucesso da empresa nem sempre é garantido. Um exemplo clássico são empresas de tecnologia como Amazon e Tesla, que apresentaram um crescimento explosivo ao longo dos anos.

Ações de Valor

As cotas de valor são aquelas que estão sendo negociadas no mercado por um preço abaixo do que seus fundamentos financeiros indicam. Em outras palavras, são cotas subvalorizadas em relação ao seu valor intrínseco. Investidores que buscam cotas de valor estão à procura de “pechinchas” — empresas que estão temporariamente desvalorizadas devido a fatores de mercado, mas que têm bons fundamentos e potencial para recuperação e crescimento.

Essa estratégia de investimento é popularizada por grandes investidores, como Warren Buffett, que acreditam que, com o tempo, o mercado reconhecerá o valor real da empresa, e o preço das ações aumentará.

Ações Blue-Chip

As cotas blue-chip são de grandes empresas consolidadas, reconhecidas por sua estabilidade e confiabilidade. Essas empresas têm um longo histórico de solidez financeira, pagam dividendos de forma consistente e geralmente estão em setores menos voláteis, como serviços públicos, finanças ou saúde.

Investir em ações blue-chip é considerado menos arriscado, pois essas empresas já estão estabelecidas no mercado. No entanto, o crescimento do preço dessas ações tende a ser mais lento em comparação com empresas menores e em expansão. Elas são ideais para investidores que buscam estabilidade e renda de dividendos.

Ações Small-Cap e Large-Cap

As ações também podem ser classificadas pelo tamanho da empresa, medido pela sua capitalização de mercado (market cap). A capitalização de mercado é calculada multiplicando o preço da ação pelo número total de ações em circulação.

  • Ações Small-Cap: Referem-se a empresas menores, com capitalização de mercado mais baixa, geralmente inferior a US$ 2 bilhões. Essas empresas são menos conhecidas e podem apresentar maior potencial de crescimento, mas também são mais arriscadas devido à sua menor estabilidade.
  • Ações Large-Cap: São ações de grandes empresas, com capitalização de mercado superior a US$ 10 bilhões. Essas empresas têm maior estabilidade, mas o potencial de crescimento é menor do que o de small-caps, já que muitas já atingiram sua maturidade.

Ações Ciclícas e Defensivas

As cotas também podem ser classificadas de acordo com seu comportamento em relação ao ciclo econômico:

  • Ações cíclicas: São aquelas que tendem a acompanhar os altos e baixos da economia. Setores como automotivo, construção e bens de consumo duráveis são exemplos de setores cíclicos. Quando a economia está em expansão, essas ações tendem a se valorizar, mas quando há recessão, elas podem cair significativamente.
  • Ações defensivas: São aquelas que tendem a ser menos afetadas pelos ciclos econômicos, como empresas de serviços públicos (energia elétrica, água) e produtos de primeira necessidade (alimentação e medicamentos). Mesmo durante crises, essas empresas continuam gerando receita, tornando suas ações mais estáveis e menos voláteis.

Investimento inteligente

A maioria dos consultores financeiros sugere que os investidores comprem cotas e as mantenham por um longo período, com uma carteira diversificada, para reduzir o risco e aumentar o potencial de retorno. Essa estratégia ajuda a equilibrar as oscilações de curto prazo e permite que você se beneficie do crescimento das empresas ao longo do tempo.

Esse tipo de investimento pode ser um caminho seguro para acumular patrimônio, mas é importante estar atento ao mercado e buscar conhecimento constante.

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